quinta-feira, janeiro 26, 2006

Escala


Hoje durante a tarde não parei de pensar na noção de escala. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporâneo, da Academia das Ciências de Lisboa, escala poderá ser a “relação de objectos categorias, conceitos ou qualquer outra coisa”.

Pois bem, tendo esta noção de escala como ponto de partida, posso analisar o que me rodeia às mais diversas escalas: a minha vida tendo em conta a escala da rua onde vivo; aí tinha que falar da D. Micas, que se ponha do outro lado do muro da minha casa cada vez, que eu organizava uma churrascada com os meus amigos e os amigos deles; da D. Mariazinha, que era ama e o Zé que foi um bom jogador de Andebol e claro do Sr. Costa que tinha a mercearia cá do bairro. Mas por outro lado posso agarrar na escala da cidade onde vivo, e aí falaria das suas vivências de cidade pequena e como elas me influenciam. Na escala de país, escala de região até chegar à escala global. Pois aqui é que a “porca torce o rabo”.

O que se passa no Médio Oriente desde 1948 é um embróglio do catano. Os palestinos não se entendem com os judeus. Teríamos que ir muito para trás no tempo para encontramos tempos de concórdia entre estes dois povos. Mas, ontem, a situação no Médio Oriente tomou proporções nunca antes vistas. Ou seja, já tínhamos tido um ex-terrorista Prémio Nobel da Paz; já tínhamos tido um ex-terrorista Chefe de um partido politico; já tínhamos tido um ex-terrorista Líder de um Autoridade Autónoma – com tudo que isso implica em termos financeiros – mas um grupo de terrorista que não reconhecem autoridade a ninguém, só hoje!

Hamas - acrônimo de Harakat al-Muqawamah al-Islamiyyah - é um grupo terrorista que teve origem em 1987 na cidade de Gaza. Este grupo armado – isto para ser mesmo assim amigo dessa gente – preconiza a extinção do estado de Israel. Esta gente desumana, é neste momento quem tem a legitimidade para gerir e fazer progredir uma população de cerca de três milhões e meio de pessoas.
Como vai ser possível ao mundo ocidental – mundo livre, aberto, integrador e pacífico - lidar com esta gente que não sabe nada de nada a não ser criar gerir coisas como atentados terroristas e homens bomba!
Agora para complicar a análise, ainda temos que inserir na escala global o nosso país, que, para ser optimista, terá umas décadas de atraso em relação à Europa, que se depara com uma crise económica e social que faz lembrar os anos 20 do século passado, e ainda temos que levar com os ignóbeis do Hamas para completar a vivência diária de um mundo que se quer global, aberto, livre, integrador e pacífico por natureza.



P.S.: É paradoxal mas é mesmo assim, ver Israel e a Palestina do espaço, dá a sensação de calma e a região tem tudo menos tranquilidade...